Amei daquela vez como se fosse a última
Suspirei no colo dela como se fosse a única
E atravessei a rua com meu passo tímido
Meus olhos embotados de cimento e lágrima
Subi as construções como se fosse máquina
Comi feijão com arroz como se fosse o máximo
Sentei pra descansar como se fosse lógico
Ergui no patamar quatro paredes flácidas
Chorei e solucei como se fosse um náufrago
E flutuei pelo ar como se fosse lágrima
E tropecei no céu como se fosse um príncipe
E me acabei sozinho feito um pacote bêbado
Agonizei sozinho no passeio trágico
Morri na contramão atrapalhando o público
Releitura de Construção de Chico Buarque
2 comentários:
Desculpe pela ausência aqui.
É que não tenho entrado muito na internet. Neste momento estou viajando, mas como meu primo aqui tem uma lan house, vim explorar um pouquinho, rsrs.
Enfim... lindo, lindo esse texto aí. "Morri na contramão atrapalhando o público" , isso realmente me tocou. Mas saiba que se vc morrer, não será na contramão viu? Você pode estar bêbado e até tropeçando, mas sei que vai acabar no lugar certo, e se Demolir for o caso, estarei aqui pra ajudar a reconstruir.
Amo-te, seu mineirinho lindo.
PS.: Djavan, o cantor, também é mineiro? To viciada nele, rs
=(
Postar um comentário