Por Hector García López |
Eu era um idiota romântico. Amava, amava, fiel homem escudo de mim mesmo contra o olhar malicioso de mulheres certas, mulheres da vida. Eu era dela. Só. Até que um dia descobri que ela me traía com o Geraldinho, o gerente do escritório em que trabalhava. Foi num dia que ela anunciou chegar tarde. Eu a vi passando no carro dele, aos beijos, parados no sinal. Eu atravessei na faixa do pedestre, como outras dezenas de transeuntes, andava e meus olhos fixados neles. Eram eles. O amor é uma pedrada na testa. É o verme que insiste em ficar no estômago a estragar-lhe as entranhas. É o leite azedo que você bebe diariamente e gosta, mesmo o sabendo venenoso. É a mordida mais veloz e sagaz, mais voluptuosa e mortal que a das serpentes. É mordida na alma. Deixei de ser fiel naquela noite. O amor não vale a pena ser vivido, Baby, então não se apaixone. Não me apaixono desde aquela noite. Não voltei para casa. Ela não me viu mais. Deve me procurar, me odiar, deve ter chorado, ainda deve chorar. Foi a minha vingança. O silêncio é a pior das respostas para o ser humano. Eu a matei. Sou Hector García López, sou de mim mesmo. De ninguém mais, mas serei seu essa noite, Gloria. Que nome, que olhos, que pernas, ai, que bunda, que xota, que cabelos, isso, que coxas, abre, isso.... Hector García López é ex-barman, ex-motorista de caminhão e ex-garoto de programa. Escreverá a coluna em alternância com o jornalista Leandro Mazzini. |
22 dezembro 2006
O amor e a putaria
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Um comentário:
Ainda tô me perguntando se eu sei o que é amar. E com medo de saber a resposta e descobrir que isso não vai passar tão cedo.
Mas tudo bem.
;*********
t adoro
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